sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Futebol: prazer, fanatismo e morte.

   Desde que o jovem Walter Oyarce foi empurrado do palco do estádio monumental a uma altura de oito metros por fanáticos da torcida rival, a história do futebol peruano não tem sido mais a mesma.
O torcedor que faleceu de múltiplas fraturas, momentos depois da queda, possuía apenas 23 anos e o motivo da sua morte foi estar vestido com a camisa oficial e levar a bandeira da sua equipe.
   “O clássico mortal”, como ficou conhecido o evento onde Alianza Lima e Universitario de Deportes se duelaram em campo no dia 24 de setembro, continua impressionando a população cada vez que as investigações avançam.
   Mesmo tendo o time Universitario vencido Alianza de 2x1, para o fanático David Sánchez-Manrique, mais conhecido como “Loco David”, e José Roque Alejos - o “Cholo Payet” - a alegria da vitória não foi emoção suficiente para que esquecessem da torcida rival.
   Semanas antes, torcedores da equipe que veio a ser vencedora, chegaram até a pedir para Oyarce não levar o símbolo da sua equipe para o estádio porque consideravam o ato uma provocação. Como não foram atendidos, muito aborrecidos, atacaram o jovem e o mataram numa atitude animal e covarde: Payet levantou a perna esquerda da vítima alçando o corpo com força para cima e o “Loco David” golpeou o tórax de Walter com as duas mãos empurrando-o para fora e assim seguiu a queda livre.
   Não é só a violência tão bárbara que impressiona, o fato de um jovem de 23 anos conhecido por ser uma pessoa positiva, pacífica, que não fazia diferença no tratamento respeitoso entre rico ou pobre, negro ou branco, que não possuía perfil provocativo, ser brutalmente assassinado porque gostava de cantar as músicas do seu time, vestir a camisa e levar a bandeira para os estádios, realmente é impactante. Mas o desfecho da história é ainda mais.
   Quem é o “Loco David”? Um imaturo adolescente levado pela emoção do momento e a euforia dos amigos? Seria injustificável o crime, mesmo se fosse tudo isso.
Mas Sánchez-Manrique, principal autor da morte no Estádio Monumental, tem 36 anos, é um reconhecido empresário, foi gerente de uma empresa avícola e sócio majoritário de uma discoteca. Horas depois do assassinato, tomou um vôo para Miami, o que seu advogado de defesa justificou como uma viagem tão somente com o intuito de “pensar e analisar” o que tinha acontecido. Não diga.
   Saldo da brincadeira: um óbito, um estádio interditado, jogos sem público, um homem que tinha tudo para ser bem sucedido na vida preso, além de um país indignado. Porque, graças ao “loco”, “mucho Loco David”, as próximas partidas das equipes de primeira divisão jogarão sem público.
  Só não queria estar na pele deste "apaixonado" por esporte.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vencendo limites

   A vida é repleta de fronteiras, mas não é bem da linguagem figurativa a que se refere o título deste blog. Refere-se a fronteira real que divisa países, culturas, idiomas.
   Atravessando Fronteiras é um tema que nasceu de uma história que ultrapassou limites geográficos, que foi além da minha imaginação e das minhas condições econômicas também.
   Surgiu através de um curso de idiomas virtual, um sonho de menina desejosa em aprender o espanhol pelo encantamento que causava a sonoridade da língua.
   O sonho se restringia ao conhecimento do idioma, mas abriu as portas para um mundo de descobertas, entre eles, conhecer Machu Picchu.
   Posso dizer que há alguns anos me considerava apenas alguém no auditório do espetáculo da vida, até realmente entender o quão longe Deus nos pode levar.
   Quando levantei os olhos e vi aquele lugar tão lindo construído por homens em cima de uma montanha, construtores que não conheciam a roda e levaram toneladas de pedras de um lugar para outro, entendi o quanto subestimamos o poder de um sonho.
   As fronteiras reais descritas, podem se tornar figurativas quando nos baseamos nelas para comparar a infinidade de fronteiras que não ultrapassamos em nossas vidas porque não acreditamos que o nosso futuro pode ser muito melhor do que a nossa realidade nos apresenta.         Diversas vezes permitimos que o nosso medo algeme nossas perspectivas e escravize os nossos sonhos.

   As dificuldades não foram barreiras para o povo inca não realizar um projeto, pelo contrário, a invasão e domínio espanhol fizeram com que buscassem uma saída para manterem-se livres e assim nasceu uma grande estrutura histórica, a cidade perdida dos incas e que hoje é conhecida como uma das sete maravilhas do mundo.

   E o que você pretende fazer com os seus sonhos?
   Algemá-los ou fazer história?