sábado, 8 de outubro de 2011

Tudo pode melhorar

Hoje é um dia histórico para o Peru, de vitórias passadas e recentes conquistas que transbordou em uma grande comemoração por toda nação.
   Começando pela última sexta-feira, 07 de outubro, quando a equipe de futebol peruana venceu os paraguaios de 2 x 0  no jogo das Eliminatórias para a Copa do Mundo 2014. Um palco armado e um telão na praça San Martin, na capital de Lima, reuniu diversas pessoas para assistir a grande partida que teve como nome heróico Paolo Guerrero, autor dos dois gols que gerou os três primeiros pontos do país para o mundial.
  No dia seguinte a vitória contra o Paraguai, o Estado parou numa grande comemoração nacional com direito a desfiles escolares, concursos e marchas navais que deram um colorido todo especial as ruas em diversos locais. Mas, apesar da boa atuação de Paolo em campo, não foi em homenagem a este guerreiro que os desfiles foram realizados.
   Exatamente no dia oito de outubro de 1879, o almirante piurano Miguel Grau Seminario, comandando o navio de artilharia Huáscar, morreu protegendo os portos peruanos no grande combate de Angamos - guerra naval entre Chile e Peru.  O evento marcou o fim da campanha naval e a Guerra do Pacífico.
   Devido aos vários bravos feitos, o “guerreiro” Grau é tido como herói máximo da marinha de guerra do Peru. O dia do combate que resultou na sua morte completou 132 anos neste sábado e é considerado um feriado nacional.
   A Marinha de Guerra do país também completa 190 anos de criação e pais, escolas assim como grandes eventos culturais, alimentam o intelecto infantil pela cultura pátria.
   Seja num evento esportivo ou cívico vemos o patriotismo do povo peruano: defendem a bandeira em suas raízes históricas com a mesma intensidade que compartilham com os filhos a devoção religiosa e o amor as cores branca e rubra da camisa oficial da seleção de futebol que representa a nação.
   Seja qual for o aspecto que olhemos para o Estado atualmente, vemos um povo que ama e protege sua cultura, transfere a essência da tradição aos herdeiros e que também é apaixonado por futebol. E que mesmo com os fantasmas que andam assombrando o imaginário público desde a morte ocasionada por indivíduos que quiseram transformar diversão em vandalismo no Estádio Monumental no mês de setembro, fortaleceram-se com os traumas, aumentaram a segurança e promoveram uma enorme festa esportiva, com direito a filas de torcedores que tomavam ruas inteiras, que lotaram arquibancadas e torceram juntos com toda família, na maior tranqüilidade.
   Como evolução não significa ausência de dificuldades, mas aprender e crescer com elas; o Peru progrediu com as turbulências, vem buscando novos horizontes em planejamentos políticos, não esquecendo da sua história.  Um bom motivo para ter alcançado o terceiro lugar como país favorito para fazer investimentos no ano de 2011 segundo o Encontro Anual de Inversionistas de Santander Global Banking and Markets – uma reunião com 750 executivos de 160 grandes empresas latinoamericanas  -  ficando atrás somente do Brasil e México. Que em bons ventos prossiga avançando.



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Futebol: prazer, fanatismo e morte.

   Desde que o jovem Walter Oyarce foi empurrado do palco do estádio monumental a uma altura de oito metros por fanáticos da torcida rival, a história do futebol peruano não tem sido mais a mesma.
O torcedor que faleceu de múltiplas fraturas, momentos depois da queda, possuía apenas 23 anos e o motivo da sua morte foi estar vestido com a camisa oficial e levar a bandeira da sua equipe.
   “O clássico mortal”, como ficou conhecido o evento onde Alianza Lima e Universitario de Deportes se duelaram em campo no dia 24 de setembro, continua impressionando a população cada vez que as investigações avançam.
   Mesmo tendo o time Universitario vencido Alianza de 2x1, para o fanático David Sánchez-Manrique, mais conhecido como “Loco David”, e José Roque Alejos - o “Cholo Payet” - a alegria da vitória não foi emoção suficiente para que esquecessem da torcida rival.
   Semanas antes, torcedores da equipe que veio a ser vencedora, chegaram até a pedir para Oyarce não levar o símbolo da sua equipe para o estádio porque consideravam o ato uma provocação. Como não foram atendidos, muito aborrecidos, atacaram o jovem e o mataram numa atitude animal e covarde: Payet levantou a perna esquerda da vítima alçando o corpo com força para cima e o “Loco David” golpeou o tórax de Walter com as duas mãos empurrando-o para fora e assim seguiu a queda livre.
   Não é só a violência tão bárbara que impressiona, o fato de um jovem de 23 anos conhecido por ser uma pessoa positiva, pacífica, que não fazia diferença no tratamento respeitoso entre rico ou pobre, negro ou branco, que não possuía perfil provocativo, ser brutalmente assassinado porque gostava de cantar as músicas do seu time, vestir a camisa e levar a bandeira para os estádios, realmente é impactante. Mas o desfecho da história é ainda mais.
   Quem é o “Loco David”? Um imaturo adolescente levado pela emoção do momento e a euforia dos amigos? Seria injustificável o crime, mesmo se fosse tudo isso.
Mas Sánchez-Manrique, principal autor da morte no Estádio Monumental, tem 36 anos, é um reconhecido empresário, foi gerente de uma empresa avícola e sócio majoritário de uma discoteca. Horas depois do assassinato, tomou um vôo para Miami, o que seu advogado de defesa justificou como uma viagem tão somente com o intuito de “pensar e analisar” o que tinha acontecido. Não diga.
   Saldo da brincadeira: um óbito, um estádio interditado, jogos sem público, um homem que tinha tudo para ser bem sucedido na vida preso, além de um país indignado. Porque, graças ao “loco”, “mucho Loco David”, as próximas partidas das equipes de primeira divisão jogarão sem público.
  Só não queria estar na pele deste "apaixonado" por esporte.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vencendo limites

   A vida é repleta de fronteiras, mas não é bem da linguagem figurativa a que se refere o título deste blog. Refere-se a fronteira real que divisa países, culturas, idiomas.
   Atravessando Fronteiras é um tema que nasceu de uma história que ultrapassou limites geográficos, que foi além da minha imaginação e das minhas condições econômicas também.
   Surgiu através de um curso de idiomas virtual, um sonho de menina desejosa em aprender o espanhol pelo encantamento que causava a sonoridade da língua.
   O sonho se restringia ao conhecimento do idioma, mas abriu as portas para um mundo de descobertas, entre eles, conhecer Machu Picchu.
   Posso dizer que há alguns anos me considerava apenas alguém no auditório do espetáculo da vida, até realmente entender o quão longe Deus nos pode levar.
   Quando levantei os olhos e vi aquele lugar tão lindo construído por homens em cima de uma montanha, construtores que não conheciam a roda e levaram toneladas de pedras de um lugar para outro, entendi o quanto subestimamos o poder de um sonho.
   As fronteiras reais descritas, podem se tornar figurativas quando nos baseamos nelas para comparar a infinidade de fronteiras que não ultrapassamos em nossas vidas porque não acreditamos que o nosso futuro pode ser muito melhor do que a nossa realidade nos apresenta.         Diversas vezes permitimos que o nosso medo algeme nossas perspectivas e escravize os nossos sonhos.

   As dificuldades não foram barreiras para o povo inca não realizar um projeto, pelo contrário, a invasão e domínio espanhol fizeram com que buscassem uma saída para manterem-se livres e assim nasceu uma grande estrutura histórica, a cidade perdida dos incas e que hoje é conhecida como uma das sete maravilhas do mundo.

   E o que você pretende fazer com os seus sonhos?
   Algemá-los ou fazer história?